O Ministério Público de Mato Grosso do Sul instaurou procedimento preparatório para apurar riscos de circulação de bebidas adulteradas com metanol no Estado. A investigação, em andamento na 43ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, tem caráter preventivo e busca garantir a proteção à saúde e à segurança dos consumidores.
Segundo o MPMS, a medida foi motivada pelo alerta nacional: até quarta-feira (1º), o país já havia registrado 43 notificações de intoxicação pela substância, conforme o Cievs Nacional. Desse total, 39 ocorreram em São Paulo — sendo 10 já confirmados — e quatro em Pernambuco. Uma morte foi confirmada em São Paulo e outras sete ainda estão em investigação.
Em Mato Grosso do Sul, não há registros oficiais de casos, mas o MP quer agir antes de qualquer ocorrência. Para isso, ofícios foram encaminhados a associações de supermercados, bares e restaurantes, além de órgãos de saúde, polícia e fiscalização federal. O presidente da Amas, Denyson Prado, e o presidente da Abrasel-MS, João Francisco Fornari Denardi, foram convidados para reuniões sobre o tema.
O metanol é um álcool altamente tóxico, cuja ingestão pode causar cegueira e até a morte. Os sintomas de intoxicação podem surgir até 48 horas após o consumo, sendo muitas vezes confundidos com embriaguez.
A Secretaria de Estado de Saúde foi acionada para informar sobre eventuais notificações de suspeita de intoxicação, enquanto a Decon deve relatar se há boletins de ocorrência ou inquéritos sobre o assunto desde 1º de setembro. Já o Ministério da Agricultura precisará detalhar ações de fiscalização e apresentar uma lista de fabricantes, envasilhadores e importadores de bebidas que atuam no Estado.
