Rio Brilhante/MS - 30 de novembro de 2025

Rio Brilhante/MS - 6 de dezembro de 2025

Receita Federal intensifica fiscalização contra entrada de “canetas emagrecedoras” em MS após proibição da Anvisa

A Receita Federal anunciou que irá reforçar a fiscalização na fronteira de Mato Grosso do Sul para coibir a entrada de canetas emagrecedoras proibidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A decisão impede a importação, comercialização e uso, em qualquer circunstância, dos medicamentos T.G. 5, Lipoless, Lipoless Ético, Tirzazep Royal Pharmaceuticals e T.G. Indufar, inclusive por viajantes que apresentem prescrição médica.

Com a medida, equipes da Receita deverão intensificar o monitoramento em áreas de maior fluxo na fronteira. A instituição também avalia ampliar o efetivo e adotar novas ações de fiscalização em pontos considerados críticos. Produtos encontrados em bagagens ou cargas serão apreendidos e destruídos. Os responsáveis poderão responder por contrabando ou crime contra a saúde pública, dependendo da gravidade.


Patentes e preços: o impasse entre Brasil e Paraguai

A popularização das canetas emagrecedoras no Paraguai se deve, segundo especialistas, à decisão do país vizinho de quebrar a patente da tirzepatida — princípio ativo presente no Mounjaro, fabricado pela farmacêutica norte-americana Eli Lilly, que detém exclusividade de produção e venda no Brasil. Com a liberação paraguaia, diferentes laboratórios passaram a fabricar versões mais baratas, como o Lipoless.

Uma consumidora brasileira de 28 anos afirma que o custo é o principal fator que a leva a comprar o medicamento no exterior. “O Brasil não tem coragem de quebrar a patente e continua alimentando a ganância da indústria farmacêutica”, critica.


Especialistas divergem sobre patentes e regulação

O endocrinologista Ben Hur Ono é contrário à quebra de patentes. Ele argumenta que a legislação brasileira já permite a manipulação da tirzepatida em farmácias especializadas, oferecendo alternativa mais acessível aos pacientes.

Já o médico conhecido como Dr. Canela defende que o debate vá além da questão das patentes, apontando a carga tributária como um dos principais entraves ao acesso a medicamentos. “Antes de falar em quebrar patentes, o Brasil precisa enfrentar o problema de tributação. Reduzir impostos de forma responsável já seria um enorme passo para ampliar o tratamento seguro da obesidade e de doenças metabólicas”, afirma.

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